Voltamos! Tirei um ano sabático (mentira, a crise do coração valente me obrigou. Lazer gastronômico nas terras onde cantam o sabiá não tá sendo prioridade mais), mas resolvemos voltar.
Como somos caçadores de hambúrguer, o post de hoje vai ser desse assunto gostosinho de esquentar o estômago e acalmar nossos corações.
Li uma matéria contando de uma nova hamburgueria de Belo Horizonte. Preço, R$ 10,00. A casa se chama Mr. Hoppy e é de Curitiba, mas resolveu se aventurar também pelo nosso lindo belo horizonte.
Chegamos no local e tinha muita gente na porta. Eu, que não sou paulista, morro de preguiça de uma fila, mas ok, meu lado desbravadora falou mais alto e ficamos na porta aguardando alguém nos receber e colocar o nome na lista. Nesse meio tempo, várias pessoas que estavam perto da gente, resolveram ir embora.
Para minha surpresa, o garçom veio me contar que lá não tem fila de espera, você que tem que ficar esperto e arrumar um lugar. E que o clima é assim mesmo, “descontraído”. A ideia da casa é você ficar em pé, conhecer outras pessoas.
Ainda falamos com o garçom que teve um tanto de gente que estava perto da gente e foi embora por causa disso, mas a resposta dele foi “mas aqui é assim, fica aqui quem quer”. Achei estranho, não seria exatamente a resposta que eu daria para um cliente, mas, como diz Lulu Santos, tudo bem.
O problema é que meu coração é tradicional. Essa liberdade demais, não me agrada. Dividir mesa com quem eu não conheço não me agrada. Disputar lugar no tapa não me agrada. Ter que comer na sala de televisão não me agrada, então ter que comer um hambúrguer em pé estava fora de cogitação.
E assim, eu não sou solteira, não saio para conhecer ninguém, mas não me imaginaria fazendo isso entre uma mordida de cheddar com bacon escorrendo pelo meu bracinho. (Porque bons hambúrgueres se comem assim, vamos ser sinceros).
Depois de um tempo traçando a estratégia de dominação, achamos uma beirinha de bancada livre, pegamos uma cadeira em uma mesa distante e eu pude sentar (UFA!). Lucas foi pedir os hambúrgueres. Escolhemos o Barbie Kill e o Blue Moon, ambos R$ 10,00.
Eu queria pedir uma batatinha – acho um crime comer hambúrguer sem batata -, mas ela custava os mesmos D-E-Z R-E-A-I-S que os hambúrgueres. Na boa, não sei se essa batata é da monarquia mas, para mim, batata não vale o mesmo que carne, pão, molho e cebola crispy.
Sobre bebidas, lá tem vários chopps que custam na faixa de R$ 10,00 a uns R$ 20,00. Eu que não bebo chopp achei digno.
Pedidos feitos, imaginamos que não iria demorar – afinal, a casa meio que te obriga a ficar em pé, né? Lucas, por exemplo, teve que ficar em pezinho aguardando.
Passaram 15 minutos – tá demorando, né?; Passaram 25 minutos – nossa, não tem condição de esperar em pé nesse lugar; Passaram 30 minutos – uai, mas esse moço chegou depois da gente e já tá comendo; Passaram 40 minutos – Garçom, já pedimos há muito tempo, tem como você olhar se tá saindo? “É assim mesmo”, respondeu o garçom do “mas aqui é assim, fica aqui quem quer”.
Eu disse que meu coração é tradicional, ne? Pois é, corações tradicionais gostam de ser bem atendidos quando saem de casa. E não gostam de esperar 1 hora pra comer um pãozinho com carninha.
Passaram 55 minutos. Chamamos o dono do restaurante pra contar o que estávamos passando. Ele, muito simpático, inclusive, pediu mil desculpas e falou que estavam com problema na cozinha, que abriram há pouco tempo e que iria verificar imediatamente o que aconteceu.
Passou 1 hora e sim, BRASIL, eles chegaram!
Achei pequeno o hambúrguer, mas custa R$ 10,00, não dá para esperar um Quarteirão, não é mesmo?
Estava gostosinho. Mas achei isso, gostosinho. Pro preço que custa, é gostoso.
A carne é de verdade (porque fast food, na minha opinião, é de mentira); o hambúrguer estava no ponto perfeito, mas faltou aquele tcham a mais (tá, a gente é exigente com hambúrguer.
Vale R$ 10,00? Tranquilamente.
Vale o desgaste que passamos? Não.
Na minha opinião, BH não é uma cidade que você passa rapidinho em um lugar e vai embora. A gente não gosta de comer em pé, a gente não gosta de ser mal atendido e a gente prefere pagar mais caro para corrigir todos os itens citados acima.
(No final da história o dono devolveu nosso dinheiro, pediu desculpas e falou pra gente voltar. Eu gostei dele, achei a atitude legal, mostrou que ele se interessa e ficou triste com o desenrolar da nossa noite. Gosto de pessoas que se importam).
Local: Mr. Hoppy
Endereço: Rua Montes Claros, 495 – Carmo, Belo Horizonte
Site: http://www.mrhoppy.com.br
Nota: 2/5